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Moradores e motoristas pedem novos ajustes na Benjamin Constant

A mudança de duas faixas para uma única deixou os carros sem opção, senão esperar o embarque e desembarque de passageiros. Foto: Marcelo Tavares

Pouco menos de uma semana da abertura da mão dupla na Rua Benjamin Constant, pensada - segunda a Prefeitura de Niterói - para agilizar a saída do Barreto em direção ao Centro, os problemas já começam a aparecer. Motoristas revelam que para efetivamente melhorar o tráfego, é preciso uma alteração nos pontos de ônibus da via.

Isso porque, segundo condutores, duas paradas para coletivos, especificamente, acabaram complicando o trânsito na região após a alteração. O primeiro na saída da Alameda São Boaventura em direção ao Barreto e o outro no fim da mão dupla no mesmo trajeto.

A mudança de duas faixas para uma única deixou os carros sem opção, senão esperar o embarque e desembarque de passageiros para seguir o fluxo. Para o ajudante de entregas, Carlos da Silva, de 52 anos, se os problemas já começam a aparecer em tempos de isolamento social, a questão é como ficará no retorno às atividades na cidade.

"Parece que não pensaram sobre a logística dos pontos de ônibus. Se agora, que tem poucos carros e ônibus na rua, já são formadas filas. Imagina o caos quando voltar tudo ao normal? Vai interferir até no trânsito da Alameda", prevê o niteroiense.

Para o funcionário de uma loja de materiais de construção na via, Ricardo Nascimento, de 40 anos, a mão dupla atrapalhou a entrada e saída de caminhões. Segundo o trabalhador, a Prefeitura não ouviu os comércios da região antes de implementar a medida.

"Há muito tempo, já havia mão dupla nesse trecho. Mas não dá para comparar com o volume de carros que tem hoje. Aqui costuma ter bastante trânsito nos dias de semana, principalmente nos horários de saída de trabalho e escola. Por enquanto não tem como medir se a mudança será boa ou não. Vamos ter que aguardar para ver se dá certo", disse.

Visando uma ótica diferente, o motorista de aplicativo Diego Tenório, de 34 anos, considerou a implantação da mão dupla positiva. Mesmo concordando com a mudança na localização dos pontos de ônibus, o morador do Morro do Holofote, no bairro de Santana, conhecida como Ponto Cem Réis, contou que agora o caminho para chegar em casa é bem menor.

"Antes para chegar em casa, eu precisava ir até o Centro. Agora rapidinho eu consigo acessar a rua. O problema só é em relação aos pontos de ônibus. Tem que ser pensado melhor, de repente colocar os pontos mais pra frente, para evitar fila na Alameda. Se o ônibus para, não tem como passar", sugeriu.

Procurada, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Mobilidade informa que a mão dupla na Benjamin Constant é provisória e termina quando acabarem as medidas de isolamento social. Ela foi adotada agora para facilitar a chegada ao Centro de moradores do Barreto e região que assim evitam os bloqueios da Praça da Renascença e Feliciano Sodré. O sistema de mão dupla voltará a ser adotado só quando a via for duplicada.

Acesso proibido

Sinalização proibindo o acesso já foi instalada. Foto: Marcelo Tavares
Sinalização proibindo o acesso já foi instalada. Foto: Marcelo Tavares

Com o anúncio da implantação da mão dupla na região cogitou-se um possível acesso direto do Barreto para a Alameda São Boaventura, no sentido São Gonçalo. Mas, não será possível porque o acesso é proibido. Um canteiro e um semáforo foram instalados para evitar bandalhas.

No anúncio da medida, o coronel Paulo Afonso, responsável pela Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), informou que ainda está em fase de testes e o objetivo é desafogar o trânsito da Avenida do Contorno (trecho da BR-101 localizado no Barreto).

Dois semáforos foram colocados para auxiliar o tráfego. Um deles é para os motoristas que saem da Ilha da Conceição e o outro para quem optar seguir pela Benjamin Constant sentido Centro. Os condutores que optarem pelo acesso à ponte Rio-Niterói continuam com o trânsito livre.

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